terça-feira, 18 de novembro de 2008

Empresa luso-brasileira vai aplicar R$ 1,2 bi em energia eólica

UOL

Fortaleza, 18 nov (Lusa) - A Ventania, controlada pela portuguesa Martifer e pela brasileira Energia Global, prevê investir R$ 1,2 bilhão na construção de 11 parques eólicos no nordeste entre 2009 e 2010, disse à Agência Lusa um dos responsáveis.

Destes 11 parques eólicos, cinco unidades ficarão localizadas no Ceará, quatro no Piauí e duas no Rio Grande do Norte.

"Todos os investimentos serão realizados pela Ventania que em cada lugar terá uma subsidiária", afirmou Armando Ferreira, presidente da Energia Global.

Segundo o empresário, a confirmação dos projetos "depende da evolução da conjuntura atual e das decisões do governo federal relativas ao lançamento de leilões específicos de fonte eólica e das suas condições".

Na segunda-feira, a Ventania, detida em 55% pela Martifer e 45% pela Energia Global, inaugurou os parques eólicos Canoa Quebrada e Lagoa do Mato, em Aracati, a 140 quilômetros de Fortaleza.

O vice-presidente do grupo e CEO da Martifer Renewables, Jorge Martins, presente na inauguração, afirmou que os dois parques representam a entrada da empresa na geração de energia eólica.

Incluídas no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), do Ministério de Minas e Energia, a duas novas unidades eólicas somam investimentos de cerca de R$ 72 milhões, sendo R$ 44 milhões financiados pelo Banco do Nordeste do Brasil, instituição com sede em Fortaleza.

Juntos, os parques têm condições de gerar cerca de 60 mil megawatts/hora/ano, energia suficiente para atender cerca de 50 mil famílias, conforme estimou Armando Ferreira, também presidente da Câmara Brasil Portugal no Ceará.

Essa capacidade evita ainda a emissão de 25.800 toneladas de CO2 na atmosfera.

As obras dos parques tiveram início em março de 2007 e, segundo o empresário, "este é um passo importante para o Ceará que caminha para a auto-suficiência".

Biomassa e biodiesel

De acordo com Jorge Martins, o programa de investimentos para o nordeste prevê cerca de R$ 4 bilhões de reais, distribuídos em projetos de energias renováveis nos próximos quatro anos, em diferentes municípios.

Projetos de energia solar e de biomassa também fazem parte dos planos, num modelo que deve seguir o desenvolvido na Califórnia, Estados Unidos, no sentido de rentabilizar, ao máximo, as fontes energéticas que se combinam em um parque híbrido.

"O Brasil encaixa bem nesse processo, pois tem melhores condições", afirmou Martins, acrescentando que "até hoje os Estado Unidos concentram o maior número de projetos, com 800 MW, mas o Brasil corre rapidamente".

Jorge Martins também vê boas perspectivas para o biodiesel, "que no médio prazo deve ter seu espaço".

"O Brasil é o melhor exemplo disso com o etanol", acrescentou o vice-presidente do grupo.

A Martifer tem uma área cultivável de 20 hectares de produção de soja no Maranhão e pretende avançar em direção ao Piauí, com o ingresso de outros tipos de grãos, possivelmente o milho, já em estudo. A produção servirá para abastecer com matéria-prima da agro-indústria do grupo.

O grupo Martifer atua em 19 países e, segundo Martins, já tem duas unidades de produção de biodiesel na Europa.
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