domingo, 23 de novembro de 2008

Ventos deverão gerar 15% da energia lusa até 2010, diz órgão

Vila Real, 23 nov (Lusa) - A produção de energia eólica representa cerca de 4% do consumo final de eletricidade. Espera-se que até 2010, esse número chegue a 15%, segundo informação da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Portugal possuí 1427 aerogeradores, representando uma potência eólica instalada de 2672MW, distribuída por 164 parques eólicos que começaram a ser instalados em meados de 1996.

Entre janeiro e agosto, a produção de energia foi de 3561 GWh, que equivaleram a 1999 horas de produção. Em 2001, a potência eólica instalada era de 114 MW, distribuída por 16 parques com um total de 173 aerogeradores. Em 2004, já existiam 441 ventoinhas espalhadas por 71 parques, que representavam uma potência de 537 MW.

Os distritos com maior potência eólica instalada são Viseu (478 MW), Castelo Branco (409), Viana do Castelo (302), Coimbra (277), Lisboa (225), Vila Real (171), Santarém (152), Leiria (151) e Braga (144).

Lisboa, Leiria e Castelo Branco apresentam uma forte presença da energia eólica, superior a 50% da potência renovável desses distritos.

A DGEG refere ainda que, de Janeiro a Agosto de 2008, foram licenciados 384 MW de potência eólica.

E, segundo os dados da direção de Energia, se "não decrescer o ritmo de entrada em funcionamento de novos parques eólicos", no final do corrente ano, "deverão atingir-se os 2800 MW de potência eólica no sistema elétrico nacional".

O total da potência licenciada renovável está concentrado no norte do país, principalmente devido à localização das grandes hídricas e de um número significativo usinas eólicos.

Até agosto haviam sido licenciados 9653 MW de instalações eletroprodutoras a partir de fontes de energia renováveis, representando mais 21% em relação à potência instalada no período.

No total, Portugal tinha 7984 MW de capacidade instalada para produção de energia elétrica a partir de fontes de energia renováveis.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Empresa luso-brasileira vai aplicar R$ 1,2 bi em energia eólica

UOL

Fortaleza, 18 nov (Lusa) - A Ventania, controlada pela portuguesa Martifer e pela brasileira Energia Global, prevê investir R$ 1,2 bilhão na construção de 11 parques eólicos no nordeste entre 2009 e 2010, disse à Agência Lusa um dos responsáveis.

Destes 11 parques eólicos, cinco unidades ficarão localizadas no Ceará, quatro no Piauí e duas no Rio Grande do Norte.

"Todos os investimentos serão realizados pela Ventania que em cada lugar terá uma subsidiária", afirmou Armando Ferreira, presidente da Energia Global.

Segundo o empresário, a confirmação dos projetos "depende da evolução da conjuntura atual e das decisões do governo federal relativas ao lançamento de leilões específicos de fonte eólica e das suas condições".

Na segunda-feira, a Ventania, detida em 55% pela Martifer e 45% pela Energia Global, inaugurou os parques eólicos Canoa Quebrada e Lagoa do Mato, em Aracati, a 140 quilômetros de Fortaleza.

O vice-presidente do grupo e CEO da Martifer Renewables, Jorge Martins, presente na inauguração, afirmou que os dois parques representam a entrada da empresa na geração de energia eólica.

Incluídas no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), do Ministério de Minas e Energia, a duas novas unidades eólicas somam investimentos de cerca de R$ 72 milhões, sendo R$ 44 milhões financiados pelo Banco do Nordeste do Brasil, instituição com sede em Fortaleza.

Juntos, os parques têm condições de gerar cerca de 60 mil megawatts/hora/ano, energia suficiente para atender cerca de 50 mil famílias, conforme estimou Armando Ferreira, também presidente da Câmara Brasil Portugal no Ceará.

Essa capacidade evita ainda a emissão de 25.800 toneladas de CO2 na atmosfera.

As obras dos parques tiveram início em março de 2007 e, segundo o empresário, "este é um passo importante para o Ceará que caminha para a auto-suficiência".

Biomassa e biodiesel

De acordo com Jorge Martins, o programa de investimentos para o nordeste prevê cerca de R$ 4 bilhões de reais, distribuídos em projetos de energias renováveis nos próximos quatro anos, em diferentes municípios.

Projetos de energia solar e de biomassa também fazem parte dos planos, num modelo que deve seguir o desenvolvido na Califórnia, Estados Unidos, no sentido de rentabilizar, ao máximo, as fontes energéticas que se combinam em um parque híbrido.

"O Brasil encaixa bem nesse processo, pois tem melhores condições", afirmou Martins, acrescentando que "até hoje os Estado Unidos concentram o maior número de projetos, com 800 MW, mas o Brasil corre rapidamente".

Jorge Martins também vê boas perspectivas para o biodiesel, "que no médio prazo deve ter seu espaço".

"O Brasil é o melhor exemplo disso com o etanol", acrescentou o vice-presidente do grupo.

A Martifer tem uma área cultivável de 20 hectares de produção de soja no Maranhão e pretende avançar em direção ao Piauí, com o ingresso de outros tipos de grãos, possivelmente o milho, já em estudo. A produção servirá para abastecer com matéria-prima da agro-indústria do grupo.

O grupo Martifer atua em 19 países e, segundo Martins, já tem duas unidades de produção de biodiesel na Europa.
UOL